23 de junho de 2008

Paradigma do para-além


A revolução gira o corpo em volta de si mesma. Tonta-de-tanto rodopiar, não consegue manter-se em pé. A Revolução Francesa, a involução que ainda persiste. A revolução copernicana, o homem como o centro narcísico do universo. A revolução cientifica, a reprodução estética em série de coisas com o aspecto diferente e conteúdo indiferente. As revoluções "artísticas", a exigência pelo novo que acabou por tornar-se o velho e mesmo novo de sempre. Roda-roda revolução, nesta brincadeira nauseante. O tempo é a roda que nos faz dar voltas no (i)limitado anel da vida. O suor é em vão. Todo coração é uma célula paralisada.
O pH da vida, dir-se-á básico: nascer, crescer, reproduzir (às vezes) e morrer. O ácido graxo tomou o lugar do ácido lisérgico: a psicobulimia expulsou a psicodelia. Gira-gira revolução. Quantas voltas de carro, quantas voltas no shopping, quantas voltas no parque, quantas voltas são necessárias para ficar estonteado? A linha sem-graça é o disfarce que o círculo veste para fazer da vida uma falsa progressão.
Enquanto o ser humano dá cambalhotas na beira do abismo, a sua re-evolução nunca veio a ser, nunca teve faísca. Espera o seu início enquanto o homem se alimenta das revoluções por minuto de um motor que recolhe toda a sua energia num suicídio cotidiano contra o tempo, que se sabe implacável. Para onde foi a desobediência? Se a encontrarem, peçam-lhe que volte logo e lhe digam que há muito por fazer.

3 comentários:

Unknown disse...

que isso!!to no primero periodo na ufop e axei mto show esse texto.. qm eh o autor??

coletivo disse...

Olá Leo,

Há alguns dias escrevi esse texto, me chamo Thiago e faço Filosofia.

Caso queira trocar algumas idéias, thiagoreis85@yahoo.com.br

Até mais!.

Anônimo disse...

fazia um bom tempo que não lia alguma coisa que gostasse. meus parabéns.