30 de junho de 2008

100 cores. Sem placas


A casa dos rituais atravessa as décadas
pública pouco pública,
publica mais uma aversão
.
Soberba, retiro da porta o nome sagrado
da casa profana.
Não suporto cores.
Sou dono da rua
Direita é a vida dos que não se misturam.
.
Meu preconceito bate no peito esclarecido.
A diversidade de cores comove o céu de onde elas vêm,
mas aqui só existe a cor macha.
Somos federais
Somos maiorais
da cidade
da universidade somos os mais tradicionais
e não queremos ruptura.
.
As pedras das ruas são nossas,
nelas desfilamos nossas alegrias.
.
As pedras das ruas não são dos alegres
no seu dia de orgulho e alegorias.
.
O pedregulho que é esta cidade
tem de gritar na ausência de profetas
o fim da vergonha que atravessa o século
orgulhoso da tecnociência.
.
As marginalizações tatuadas na história
falam do quanto a pedra é dura,
mas penetrável.
.
A república federativa das delícias esconde o nome,
deixa de ser país em nome do medo,
não quer acolher os cem nomes
que protestam o direito feliz
de diversamente amar
diversamente mudar
as coisas e fobias.
--.
deivid junio.

7 comentários:

coletivo disse...

Sem palavras... Genial!

Thiago.

Mangará disse...

Muuuito bom!!!

Léo_Paulino disse...

Muito bom mesmo!
Livre das correntes que os prende!

coletivo disse...

Noah... Deivid, minha dispensável opinião, quer muito aprisionar sua poesia num conceito, mas dessa vez naum dá.

Indice Ben Carlton disse...

Direita é a vida... mas às vezes ser igual... sei lá... e existe uma vida interessante no pós Ouro Preto....
Eu perdi meu tempo... eu lutei pouco e demonstrei menos...
Parabéns Deivid

Oldthomaz disse...

deivid de OP lembro-me das mãos negras escravas que lavraram o ouro das minas gerais e esculpiram as barrocas imagens de olhares tristes sob a chibata da vergonhosa lusitana exploração eternizada nos que ainda pretende-se mandões

ANDRE disse...

Oi, tudo bem, site legal, que tal trocarmos links.
Tenho um blog de fotografia.
http://www.photographyandre.blogspot.com/

Abraços