A casa dos rituais atravessa as décadas
pública pouco pública,
publica mais uma aversão
.
Soberba, retiro da porta o nome sagrado
da casa profana.
Não suporto cores.
Sou dono da rua
Direita é a vida dos que não se misturam.
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Meu preconceito bate no peito esclarecido.
A diversidade de cores comove o céu de onde elas vêm,
mas aqui só existe a cor macha.
Somos federais
Somos maiorais
da cidade
da universidade somos os mais tradicionais
e não queremos ruptura.
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As pedras das ruas são nossas,
nelas desfilamos nossas alegrias.
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As pedras das ruas não são dos alegres
no seu dia de orgulho e alegorias.
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O pedregulho que é esta cidade
tem de gritar na ausência de profetas
o fim da vergonha que atravessa o século
orgulhoso da tecnociência.
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As marginalizações tatuadas na história
falam do quanto a pedra é dura,
mas penetrável.
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A república federativa das delícias esconde o nome,
deixa de ser país em nome do medo,
não quer acolher os cem nomes
que protestam o direito feliz
de diversamente amar
diversamente mudar
as coisas e fobias.
--.
deivid junio.