15 de abril de 2008

Ocupação da Reitoria da UnB

Moção de apoio do Coletivo Estudantil Amar e Mudar as Coisas - UFOP

O Coletivo Amar e Mudar as Coisas - UFOP, grupo de estudantes de diversas áreas que constroem um movimento estudantil participativo na Universidade Federal de Ouro Preto, MG, expressa seu apoio irrestrito à ocupação da Reitoria da Universidade de Brasília.

Nos solidarizamos com todos os estudantes que nesse momento estão sem água e sem energia, mas que seguem resistindo. Acreditamos que esse seja o caminho.

Somos contrários a essa 'contra-reforma' universitária, contra a privatização da Universidade e contra as fundações ditas "de apoio" que, por meio do estreitamento das relações público-privadas, parasitam a Universidade Pública.
Desejamos que a luta dos estudantes da UnB seja um marco para o Movimento Estudantil.

VIVA O MOVIMENTO ESTUDANTIL!

VIVA A OCUPAÇÃO DA UnB!


COLETIVO AMAR E MUDAR AS COISAS - UFOP

11/04/2008

7 de abril de 2008

3 de abril de 2008

Manifesto utópico-tolo-artístico

Chamam-me de o tolo autêntico, de um ingênuo quase criança. Pois que assim me chamem, nada me é mais prazeroso, pois continuarei a recusar ser um vivente de tal realidade; jamais me renderei à “vida” que se tornou vaga de sentido, crua e maquinal. Que me atormentem! Mas não cansarei de negar-me a cantar essa vida-quase-morta.

Ante a esses realistas que não aborrecem de me apontar; ante a esses que, ironicamente, vivem prisioneiros de sua temporalidade repetida, escutando os sons habituais e cotidianos do chato despertador pela manhã, do tic-e-tac alucinante durante o dia-a-dia e da imutável vinheta do jornal das oito; ante a esses míopes viventes, que não enxergam outra pintura senão a das fachadas de suas próprias casas, ante a esses, eu exclamo: prefiro teimosamente ser tomado como um tolo que a viver numa sociedade dos espetáculos onde, em todas as partes, só encontro espectadores passivos!

Chamam-me de tolo. Ora vejam! Por fazer das utopias a minha verdadeira realidade? Tolo, por desejar à humanidade aquele lugar único, onde a pintura transformaria o simples cotidiano em uma única mistura de várias cores, onde a mera existência temporal tornar-se-ia harmonia musical e a vida, por sua vez, tomaria o teatro como palco infinito, cheio de sentidos, perspectivas e expressões.

Tolo, utópico e caduco,

Tolo, por não ser igual

Utópico, por não ser real

E caduco, sei lá por quê.”

Contra os senhores defensores da pretensa realidade, manifesto-me: opto por continuar a ser um simples imaginador, junto a outros sonhadores, do que a viver essa realidade mórbida, destrutiva, crua, competitiva e individualista. E se tomam o meu sonho diurno como vago, resta-me então entoar as palavras sutis do velho e jovem poeta:

“Se as coisas são inatingíveis... ora!

Não é motivo para não querê-las...

Que triste os caminhos, se não fora

A presença distante das estrelas.”

E que as fontes da utopia, ou da “tolice”, jamais se esgotem. E que essa sociedade utópica, ao qual eu vislumbro repleta de artes, invente-se em verdadeira realidade, plena de humanidade; nela não nos esqueceremos jamais que a capacidade de transformar a vida em arte é algo reconhecidamente humano. Ao final romperemos verticalmente a fria realidade: e que a nova experiência apareça, que o mundo espiritual e a função cósmica da utopia mantenham-se contra a miséria, a morte, e a frieza da técnica dos homens máquinas. Cabe a nós, humanos plenos, cuja luz ainda brilha, começarmos a fantástica jornada, a jornada da interpretação dos nossos sonhos acordados, buscando a totalidade do conceito utopia, onde a vida tornar-se-á finalmente o puro signo de nossa expressão, o puro signo do som de nossos anseios mais interiores.